
Na rede social Facebook, a 5 de Setembro de 2025, a deputada Mihaela Webba divulgou publicamente que era membro da Comissão Organizadora do XIV Congresso Ordinário da UNITA, estando na Subcomissão dos Estatutos, e até quarta-feira, 8 de Outubro de 2025, não tornou pública qualquer desvinculação ao órgão.
A Declaração de Pré-Candidato à Presidência da UNITA do político Rafael Massanga Savimbi, feita na terça-feira, 7 de Outubro de 2025, sacudiu o ambiente político nacional e precipitou ações que destaparam a ilegalidade por parte de quem detém a máquina do partido político UNITA.
A notável repercurssão da Declaração de Massanga Savimbi fez com que a equipa do presidente cessante da UNITA, Adalberto Costa Júnior, divulgasse na madrugada de 8 de Outubro um manifesto de apoio à sua recandidatura, contendo 100 assinaturas, entre elas a da deputada Mihaela Webba, número 24 na lista, anunciada como Assessora do candidato para os assuntos estatutários e jurídicos.
Sem anúncio público da desvinculação, muitos cidadãos questionaram se a deputada não estaria sendo árbitra e jogadora ao mesmo tempo, minando a legalidade, transparência e lisura do processo eleitoral, que se tem criticado do partido MPLA.
Em resposta ao ativista político Pedrowski Teka, a deputada Mihaela Webba afirmou que apresentou a sua carta de desvinculação no dia 16 de Setembro de 2025, dirigindo uma carta à Coordenação Geral do XIV Congresso Ordinário da UNITA, liderada pelo deputado Álvaro Chikwamanga Daniel.
Conforme o documento em anexo, trata-se de uma SOLICITAÇÃO de cessação de funções, e em resposta, no dia 17 de Setembro de 2025, Álvaro Chikwamanga Daniel, disse: “Tomamos conhecimento e em breve a Comissão Coordenadora se vai pronunciar”.
A deputada não conseguiu fornecer a prova de nenhum pronunciamento da Comissão, com data anterior a assunção de cargo de assessoria ao candidato Adalberto Costa Júnior.
Diante de uma solicitação sem um deferimento da Coordenação Geral do XIV Congresso Ordinário da UNITA, a deputada Mihaela Webba, Membro da Comissão dos Estatutos do Congresso, assumiu simultaneamente a função de Assessora do candidato Adalberto Costa Júnior para os assuntos estatutários e jurídicos.
A desvinculação só é efetiva quando a Comissão se pronuncia oficialmente, do mesmo jeito que se pronunciou quanto a nomeação. Como é que uma jurista cometeria tal erro senão por confiança na impunidade e proteção do candidato que controla a máquina partidária?
Texto de Pedrowski Teka.