A situação de instabilidade persistente no Leste da RDC esteve no centro de uma reunião, domingo, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, em Luanda, entre o Presidente da República, João Lourenço, e o homólogo da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi.
Durante aproximadamente uma hora e meia, os dois Estadistas estiveram a conversar, num encontro testemunhado pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, e membros da comitiva do Presidente Félix Tshisekedi.
No desfecho da reunião, não foram prestadas declarações aos jornalistas, mas a Presidência da República, por via da sua página no Facebook, sublinhou o facto de a presença do Chefe de Estado da RDC dever-se a uma visita de trabalho, numa altura em que a situação no país vizinho, do ponto de vista militar, não melhorou, apesar do acordo concluído na capital federal norte-americana.
Depois da RDC e o Rwanda terem assinado um acordo de paz, na passada semana, em Washington, na presença do Presidente dos Estados Unidos da América e de alguns líderes africanos, de entre eles o Presidente em funções da União Africana, João Lourenço, esperava-se por melhorias no terreno.
O facto é que a recente presença em Luanda de Floribert Isiloketshi, enviado especial do Presidente da RDC, novos confrontos voltaram a registar-se no país vizinho, tendo na missiva de Félix Tshisekedi entregue ao Presidente em funções da União Africana sido mencionado que “o Rwanda continua a criar dificuldades e a provocar desolação ao povo congolês”.
Floribert Isiloketshi informou, na ocasião, que na sequência dos novos ataques,houve a tomada da localidade de Uvira, zona frontal ao Burundi, mas também grandes estragos, perdas de vidas humanas e uma degradação da situação humanitária.
A ofensiva, explicou o enviado especial de Félix Tshisekedi, é um “descalabro de guerra” que “o Rwanda, de facto, continua no nosso território com o apoio do M23”, admitindo que a nova ofensiva coloca em risco o cumprimento do acordo assinado em Washington.
Na sequência, referiu que, apesar de o Rwanda e o M23 optarem pela violência, guerra e a degradação da situação no terreno, a RDC, “por enquanto”, continua engajada na resolução pacífica e diplomática do conflito.
“Mas, infelizmente, o Rwanda tem um caminho diferente. Um caminho da destruição e um caminho de guerra, razão pela qual estamos a solicitar apoio diplomático, a fim de que se coloque pressão sobre o Rwanda, para que pare com essa ofensiva e retome o caminho das negociações em curso”, esclareceu, também, em Luanda, Floribert Isiloketshi.
