O líder do MPLA , João Lourenço, assegurou, terça-feira, em Luanda, que a pretensão de candidaturas à presidência do partido, por alguns dirigentes, em nada belisca a harmonia interna, que disse estar sólida em termos de unidade.
Ao prestar breves declarações à imprensa, depois de inaugurar o novo edifício-sede do MPLA, localizado no mesmo recinto em que se encontra o anterior, João Lourenço avançou que este é um assunto que poderá ser mais abordado em momento oportuno, referindo-se à fase próxima à realização das eleições.
“Nós consideramos que este é um assunto que talvez voltemos a falar dele no momento adequado. O momento adequado será quando nos aproximarmos da realização das eleições”, declarou.Entretanto, sobre a possibilidade do surgimento de múltiplas candidaturas, João Lourenço avançou que o Congresso Ordinário do MPLA, previsto para o próximo ano, vai guiar-se pelo estrito respeito do que estabelecem os Estatutos do partido.
“Os estatutos são um documento público que qualquer cidadão, se estiver interessado, pode ter acesso. É uma questão de ler”, ressaltou.
Quanto a essa questão, o líder do MPLA disse estar descansado, argumentando que antes do Congresso as pessoas são livres de dizer o que quiserem e de se apresentar como candidato, mas lembrou que na realidade e à luz do que diz a Constituição, os partidos políticos só podem apresentar um único candidato para o cadeirão máximo do país.
“Só se é candidato aquele que sair como candidato do seu partido, nome que é apresentado ao Tribunal Constitucional. Nenhum partido político pode apresentar dois ou três nomes ao Tribunal Constitucional. Só vai apresentar um nome”, esclareceu.
O líder do MPLA referiu que o que acontece antes não preocupa, adiantando que a única certeza que se tem é a de que se vai apresentar ao Tribunal Constitucional, em respeito à Constituição, apenas um candidato do MPLA, cujo nome pediu que se aguarde pelo Congresso dos “Camaradas”.
MPLA existe para servir o povo e servir a nação
João Lourenço aproveitou a ocasião para assegurar que o MPLA continua com o foco de servir o povo e a nação, de modo a cumprir a responsabilidade dada pelo povo, de forma reiterada, em cada ciclo eleitoral. “Portanto, não me vou alongar muito mais em relação a esta questão, uma vez que, dentro de escassos dias, vou presidir a um importante acto de massas, onde, com mais tempo e com maior disponibilidade, vou desenvolver este tema”, prometeu.
A uma pergunta se o MPLA acredita numa maioria mais expressiva em 2027, João Lourenço esclareceu que o partido não teve um mau resultado nas eleições passadas, argumentando que o MPLA venceu sempre por uma maioria absoluta. “Portanto, nós não podemos aceitar que se diga que o MPLA teve resultado meno bom”, disse João Lourenço, referindo que, na Europa, os partidos, na sua maioria, governam sem essa maioria absoluta, ficando, sempre, dependentes da vontade dos outros partidos políticos para fazer passar “seja lá o que for”, inclusive o Orçamento Geral do Estado.
“Portanto, isto tem que ficar muito bem claro, que o MPLA está a governar com toda a legitimidade e que o resultado que teve é bastante bom, pelo menos assim eu considero”, salientou o líder do partido que sustenta o Governo..
João Lourenço, que se fez acompanhar nesta visita de trabalho pela esposa, Ana Dias Lourenço, disse que os partidos políticos na Europa governam, às vezes, com uma diferença de apenas um deputado na Assembleia da República, mas, apesar disso, não se consideram menos legítimos para governar. Em Angola, cujo Parlamento tem 220 lugares, João Lourenço fez saber que o MPLA ocupa 124 lugares. “A diferença é bastante grande. É uma diferença que dá ao MPLA uma folga muito grande para governar com toda a legitimidade”, garantiu.
