
O Presidente da República, João Lourenço, manifestou, terça-feira, na cidade do Cairo, capital do Egipto, o desejo de ver empresas egípcias em empreitadas de construção de infra-estruturas diversas no país, com destaque para estradas, auto-estradas, portos, caminhos-de-ferro e redes eléctricas, sobretudo redes de transmissão de energia.
A intenção foi vincada à imprensa depois da assinatura de dois acordos de cooperação nos sectores das Obras Públicas e das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Serviços Postais pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António, e pelo representante do Governo egípcio.
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, que assistiu ao acto no Palácio Presidencial de Heliópolis ladeado do Presidente Abdel Fatah Al-Sisi, reforçou a pretensão de Angola cooperar com o Egipto em redes de transmissão de energia, não apenas a nível nacional, mas também para ligações e vender os serviços aos países vizinhos, nomeadamente Zâmbia e Namíbia.
Durante as conversações à porta fechada entre as duas delegações, informou o Chefe de Estado, foi expressa, igualmente, o interesse particular em cooperar no sector da Saúde e ver a indústria farmacêutica egípcia a implantar-se em Angola para a produção de medicamentos e vacinas.
O Titular do Poder Executivo exortou os investidores do sector da Saúde, em particular os da indústria farmacêutica, a investirem no país, numa fase em que o Executivo realiza grandes investimentos em termos de infra-estruturas, com equipamentos de ponta em alguns casos, formação e admissão de pessoal médico para assistência à população.
João Lourenço, que antes de se deslocar à cidade farmacêutica já conhecia a “Gypto Pharma”, sublinhou que, apesar dos avanços no sector, o país carece de produção de medicamentos e de vacinas.
O Presidente da República confirmou, igualmente, a força e a capacidade deste país do Norte de África no sector das Telecomunicações. “Estamos igualmente interessados em cooperar nesta área. O nosso ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação trabalha aqui no Egipto há já alguns dias, portanto, apenas para provar que o interesse nesse domínio também é grande”, disse o Chefe de Estado.
Entre os numerosos sectores em que o Egipto tem despontado, o Chefe de Estado destacou a Defesa e Segurança, enfatizando as grandes capacidades daquele em matéria da indústria militar.
“Angola está interessada em beneficiar da capacidade que o Egipto possui, não apenas para recuperar técnica obsoleta, modernizá-la, mas vender eventualmente novo equipamento militar para o Exército e a Força Aérea. Portanto, estamos abertos a discutir, a negociar, para ver se nesse sector da Defesa também damos passos em frente”, declarou.