
O Presidente da República, João Lourenço, considerou a sua chegada ao posto mais alto da União Africana (UA), no último sábado, em Adis Abeba, Etiópia, uma vitória dos angolanos.
Ao reagir ao facto, momentos depois da eleição, o Chefe de Estado sublinhou que os angolanos estão todos de parabéns.
“Não é o João Lourenço que assume, mas é o país. É Angola que assume a presidência pro tempore da União Africana, neste período que vai de Fevereiro do corrente ano a Fevereiro do próximo ano”, destacou o Presidente da República. João Lourenço reiterou que a presidência angolana vai dedicar uma maior atenção às questões relacionadas com a paz e segurança, por serem um dos actuais desafios do continente.
“Como sabemos, o continente está a atravessar um momento difícil em matéria de paz e segurança”, ressaltou o novo líder em exercício da União Africana, reforçando que, ao lado deste desafio, estará, igualmente, a questão da subida, ao máximo possível, das economias dos Estados-membros.
“Vamos apostar, sobretudo, em procurar mobilizar recursos para as infra-estruturas de que o nosso continente carece”, adiantou o Estadista angolano.
Sobre este particular, o Presidente João Lourenço ressaltou que o continente carece, principalmente, de vias rodoviárias e ferroviárias, de companhias aéreas que operem de um país para o outro, de formas a evitar que se tenha de ir até outros continentes para, depois, voltar ao ponto de partida. “Portanto, a aposta será aí, em vias de comunicações rodoviárias, ferroviárias, aeroportuárias e, sobretudo, em infra-estruturas energéticas”, destacou o actual líder da União Africana.
No discurso de aceitação feito na sala do plenário da sede da União Africana, depois da confirmação da sua eleição, o Chefe de Estado angolano elegeu como uma das bandeiras do seu consulado a aposta na atracção de investimentos e de captação de recursos financeiros significativos, junto dos grandes parceiros internacionais, para que a organização estabeleça as bases e defina os projectos de infra-estruturas a serem realizados.
Para a materialização das linhas estratégicas da presidência angolana, em termos gerais, João Lourenço disse contar com todos os membros da União Africana, para a execução das acções prioritárias definidas a nível continental, no âmbito da aceleração do Segundo Plano Decenal de Implementação da Agenda 2063, correspondente ao período de 2024 a 2033. Temas como a justiça fiscal, o alívio da dívida, o financiamento climático, as reformas nas instituições financeiras globais e a inclusão social vão fazer, igualmente, parte das prioridades, tal como disse o Presidente da União Africana.
A estratégia, esclareceu o estadista angolano, passa pela adopção de uma posição comum, que garanta ao continente o reforço da sua influência na governação financeira global e uma redução dos custos do endividamento, assim como o acesso aos recursos necessários para alcançar um desenvolvimento sustentável.
O líder em exercício da União Africana disse que a concretização destes objectivos criará, “seguramente”, sinergias que vão dinamizar e ampliar as trocas comerciais, o intercâmbio cultural, técnico, tecnológico, científico e noutras áreas, que poderão produzir vantagens significativas para todas as partes.